Ricardo Reis
As rosas amo dos jardins de Adónis
Essas volucres amo, Lídia, rosas,
Que em o dia em que nascem,
Em esse dia morrem.
A luz para elas é eterna, porque
Nascem nascido já o Sol, e acabam
Antes que Apolo deixe
O seu curso visível.
Assim façamos nossa vida um dia,
Inscientes, Lídia, voluntariamente
Que há noite antes e após
O pouco que duramos.
Ricardo Reis, op. cit., pp. 13/14
Por isso meus amigos, esqueçam que há noite e morte e fim.
E aproveitem.
]Carpe Diem[