Um dia mudo-me

ENA! Que saudades disto aqui. Acho que era uma das poucas coisas de que eu tinha saudades aqui no continente, o meu bebé.
Cheguei ontem.
Muitas despedidas, muitas lágrimas, muito nervosismo e stress. Pouca vontade de vir. Muita vontade de trazer todos atrás.

Nem acredito que estou na minha casa. Dou por mim a virar-me ao ouvir o som de uma motorizada, reparo em todas as camisolas cor-de-laranja que vejo. Isto dos hábitos...
Gostei muito de conhecer todos vocês. E de rever os do ano passado. E etc.

Sinto-me pouco inspirada porque tanto se passou e tão pouco veio na bagagem... Mas também, dizem que as coisas que nunca esquecemos são aquelas de que nunca temos uma recordação, um lápis, um íman, uma fotografia. E tenho a certeza que no próximo ano, vou pensar em vocês como futuro, como algo que durará para sempre. Mal cheguei e já tenho saudades, tudo aqui aponta para aí, nem alterei o fuso horário do telemóvel. Aquela horinha a menos lá estará quanto tempo eu quiser que ela dure, quanto tempo eu sentir que preciso para me habituar a esta vida horrível de cá.
Está muito calor. Insuportável. As pessoas não se conhecem nas ruas, os carros são topo-de-gama, ninguém se trata por tu, não sais de noite com a mesma tranquilidade, não tens a mesma vontade de acordar todos os dias.
Mal dormi esta noite. O cansaço finalmente venceu-me lá pelas 3 da manhã, 4 horas de cá. Dormi até às 10, acordada pelos beijinhos da mamã. Que saudades dela. Juro que não voltaria se não fosse para abraçá-la e contar-lhe que conheci pessoas maravilhosas, não voltaria se ela não estivesse de férias por esta altura, não voltaria porque confesso que já não sinto o mesmo por este lugar.
Querem arranjar-me um cagarrinho. Quem sabe se ele existe... nem eu sei.

Paulo
Renato
Miguel
Valdemar
Cátia
Catarina
Nélia
Andreia
Luís

gosto de vocês :)

]A tua ausência tem sido a minha única companhia.[